Preâmbulo

Agora, após testemunhar todas as atrocidades cometidas pelo grupo terrorista palestino Hamas contra civis indefesos, jovens, mulheres e crianças, com uma tal fúria e barbarismo sem tamanho, testemunhar a insurgência abusiva dos muçulmanos na Europa e todas as demais imagens de absoluta crueldade que nos tem chegado, ficou mais fácil entender as Cruzadas e os motivos pelos quais elas foram implantadas pelos papas católicos para a defesa do povo cristão.

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Dica: este artigo fica melhor se lido com o telefone na posição horizontal

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As Cruzadas

As cruzadas, geralmente mal compreendidas pelo relativismo do século XXI, foram em verdade heróicas expedições militares organizadas pelos cavaleiros cruzados integrados por cristãos (católicos) da Europa Ocidental contra os muçulmanos, que ocorreram entre os séculos XI e XIII, com o objetivo inicial de reconquistar e tornar seguro para o mundo cristão lugares sagrados, em Jerusalém, na Palestina, bem como tornar seguro para os peregrinos todo o percurso de viagem entre a Europa e o Oriente Médio.

Seu objetivo oficial era libertar Jerusalém, a Terra Santa, do domínio turco. Mais tarde era o de tornar segura a peregrinação dos cristãos até a terra santa – Jerusalém.

Quem foram os cavaleiros cruzados:

Os cavaleiros cruzados eram homens que atenderam ao chamado de defesa dos cristãos contra os violentos e injustos ataques dos mouros e, para tanto, passaram a se organizar em ordens militares. Eram elas:

1. A Ordem dos pobres cavaleiros do Templo de Salomão (ou simplesmente Cavaleiros Templários): foi uma ordem de monges guerreiros militares de cavalaria e foi a mais importante ordem de cavaleiros, principalmente na proteção das rotas de peregrinação para Jerusalém;

2. A Ordem dos Hospitalários (Cavaleiros Hospitalários): os Hospitalários originalmente cuidavam de doentes, mas também se tornaram uma ordem militar dedicada à proteção dos cristãos na Terra Santa;

3. A Ordem dos Cavaleiros Teutônicos: esta ordem focou sua atenção principalmente nas regiões do Báltico, lutando contra pagãos e povos do leste europeu;

4. A Ordem dos Cavaleiros de São João (Cavaleiros de Malta): esta ordem originalmente fornecia assistência médica e hospedagem a peregrinos, mas depois se envolveu em atividades militares durante as Cruzadas;

“Um cavaleiro templário é verdadeiramente um cavaleiro destemido e seguro de todos os lados, para sua alma, é protegida pela armadura da fé, assim como seu corpo está protegido pela armadura de aço. Ele é, portanto, duplamente armado e sem ter a necessidade de medos de demônios e nem de homens”. – Bernard de Clairvaux, c. 1135, De Laude Novae Militae—In Praise of the New Knighthood

Essas ordens desempenharam papéis significativos nas Cruzadas, e muitas delas sobreviveram por séculos após o término das Cruzadas.

Ordens de cavaleiros cruzados

Todas elas tinham a Cruz como símbolo de distinção, cada uma, embora simples, com sua heráldica em particular, ostentadas nas vestes, trajes, bandeiras e estandartes. Muito facilmente identificáveis e distinguíveis, tais como a Cruz templária, a Cruz de malta, a Cruz hospitalária, a Cruz bizantina e outras pequenas variações.

A invasão da Península Ibérica

(O início – Como tudo começou)

Por volta de 711, após, então, dominarem o norte da África, os árabes muçulmanos (mouros) chegaram à Península Ibérica e tivemos sua invasão. A península ibérica, corresponde ao território futuro de Portugal e Espanha. No caso, os muçulmanos procuravam não apenas expandir sua fé ao converter outros povos, mas também conquistar novas terras e riquezas.

A invasão da península ibérica

A conquista da Península Ibérica foi rápida, tanto que aconteceu em pouco mais que uma década (11 anos) e se deu a partir do norte da África durante a expansão do Império Islâmico, por volta do ano de 711.

Sob o comando de Tarik ibn-Zyiad, as tropas mouras avançaram tanto que, ao final, obrigaram os visigodos que habitavam o local a se refugiarem no norte da Península, na região montanhosa das Astúrias.

Os muçulmanos invadiram toda a Península Ibérica com uma velocidade fulgurante, promovendo um imenso botim, escravizando as populações (infiéis) das regiões conquistadas com uma notável crueldade e logo estavam batendo às portas da França.

“Em cada volta que dá a Terra a fé deixa de existir. O temor ao Senhor não mais prevalece entre os homens. A justiça desapareceu do mundo e a violência toma conta das nações. A mentira, a traição e a perfídia pairam sobre nós. A virtude não existe mais e hoje é algo sem valor, o mal reina em seu lugar.”

Os muçulmanos perceberam as fraquezas dos visigodos e tomaram a Península Ibérica até conquistarem quase todo o território.

Desenho do livro Las Glorias Nacionales (1852) representando a Batalha de Guadalete (711), que marcou o início da invasão islâmica da Península Ibérica

Entretanto, antevendo o final, houve, um bastião de resistência nas Astúrias e lá os cristãos se mantiveram firmes para, a tempo oportuno começarem a reconquistar todos os territórios, guiados por Dom Pelágio.

Antes, e para que tanto se dispertasse o mote de reconquista, ocorreu um feito particularmente heróico no território Franco, liderado por Carlos Martel. Entretanto, antes de contar essas histórias de bravura e de reconquista, prcisamos voltar um pouco mais, ao princípio: o do surgimento da fé muçulmana.

O surgimento da fé muçulmana

(Começando do princípio)

Maomé o mensageiro de Alá

A fé muçulmana surgiu por volta do ano 700 d.C. e se espalhou por todo o Oriente Médio e Norte da África. Ela nasceu em Meca, na Arábia Saudita, com Maomé, o profeta que afirmava ter recebido a revelação de ser ele um enviado de Deus. Nesta revelação, sua missão seria resgatar ensinamentos que foram trazidos por profetas, como Abraão, Moisés e Jesus, que com o tempo, segundo Maomé, teriam sido distorcidos pelo judeus e pelos cristãos.

Maomé ou Muhammad

Maomé[1] reuniu adeptos que, após sua morte, compilaram seus ensinamentos no Alcorão, livro que embasa toda a fé islâmica e estabelece uma ruptura com as crenças judaicas e católicas. Também criaram a Jihad, a guerra para manter o islamismo pleno e levá-lo ao maior número de pessoas possível. Os muçulmanos queriam alargar os horizontes do território islâmico.

O movimento islâmico foi rápido e surpreendente. Em poucos anos depois de sua completa criação, no ano 700, já haviam alcançado grande projeção de domínio, inicialmente tomando o Oriente Médio e o Norte da África, para depois entrar na Europa, Ocidental, iniciando em 711 o domínio da península ibérica.

A estratégia era rápida na conquista e longa em duração. Em menos de uma década, os mouros dominaram grande parte do território europeu.

A relação dos visigodos com os muçulmanos e o início da Conquista

Em três anos depois do início da invasão começada em 711 os muçulmanos já habitavam a maior parte da Península Ibérica. O curioso é que esta ocupação foi incentivada por parte desses mesmos povos que habitavam a região.

Os visigodos estavam envolvidos em disputas internas e, por causa desta rivalidade, uma facção de visigodos pediu a ajuda de um líder muçulmano do Norte da África, conta Dom Rodrigo Jiménez de Rada, Bispo contemporâneo dessa época, no livro Historia de rebus Hispaniae. Ao apoiá-los, os muçulmanos se deram conta da riqueza do território e aproveitaram para se apropriar dele.

Comandados pelo general do Império Islâmico, Tarik ibn-Zyiad, os muçulmanos entraram na Península Ibérica através de Gibraltar, cruzando a linha do Marrocos e chegando à Espanha. Eles tomaram as vilas, cidades e gradualmente toda a Península foi sendo conquistada. A conquista moura chegou até onde hoje é Portugal.

Mas por que os muçulmanos conquistaram a Península Ibérica tão facilmente?

É possivel explicar tal facilidade porque, em primeiro lugar, o reino visigótico não permitia que as populações de origem romana tivessem acesso às armas ou a manter organismos assemelhados a um exército. Este processo de desarmamento[2] facilitou a queda de seu próprio Estado. Assim, toda Europa ficou com o flanco a descoberto, vulnerável a ser conquistada completamente pela invasão moura.

Mas, a providência veio em socorro pois nem todos foram derrotados pelos muçulmanos.

Os cristãos que escaparam, e podiam, fugiram para o alto das grandes montanhas no norte da Península Ibérica. Lá estabeleceram o chamado Reino das Astúrias e aclamaram Dom Pelágio como seu novo rei em 718.

As Astúrias tornaram-se um foco da resistência cristã.

O prenúncio do fim do Ocidente

Os mouros continuaram a conquista da Península Ibérica, seguindo para o leste em sentido da Europa central, onde se depararam com o reino dos francos (a França atual). Nele ingressarem conseguindo algumas conquistas territoriais.

Em 732, os mouros formaram uma tropa de 50.000 soldados, com os quais cruzaram a fronteira e iniciaram uma invasão definitiva contra a Europa Central.

A invasão da península ibérica e as batalhas até o reino dos Francos

Um ataque de tão grande proporção teria sido o prenúncio do fim do Ocidente.

Surgem os cavaleiros que ostentam a Cruz

(o embrião histórico dos cavaleiros cruzados e das Cruzadas)

Carlos Martel [3], comandante do exército franco, que diante da iminência de tão poderoso ataque dos mouros, montou estratégia para segurar em suas mãos a história de uma civilização.

De início, para defender a civilização ocidental, Martel dispunha de praticamente nenhum soldado. Razão pela qual teve que convencer a Igreja a financiar o treinamento de cavaleiros.

Carlos Martel

Obtido o financiamento, teve a brilhante ideia de estudar as formações dos antigos gregos em resistir pela disciplina e pela aceitação de morrer pela causa. Com essa poderosa idéia Carlos Martel passou um ano inteiro treinando um povo, que nunca havia sido soldados, para enfrentarem um exército maior e mais forte.

Em 10 de outubro de 732, milhares de soldados estavam na linha de frente de uma guerra santa.

E foi na Batalha de Poitiers, em 732, que Carlos Martel, com seu exemplo, lembrou os antigos espartanos em sua resistência e coragem, impedindo que os muçulmanos tomassem o coração da Europa cristã, saindo vitorioso!

“E no abalo da batalha, os homens do Norte pareciam um mar que não podia ser movido. Eles permaneciam com determinação, um junto do outro, numa formação que era como um castelo de gelo; e com grandes golpes de suas espadas derrubavam os árabes”. (Descrição árabe da batalha)

A vitória significou um suspiro de esperança para os inimigos do Islã. Com isso, os cristãos das Astúrias, com esperanças renovadas, iniciaram o processo de Reconquista da Península Ibérica.

A reconquista ibérica

A “Reconquista Ibérica” ou “Retomada Cristã” foi um processo histórico, militar e religioso no qual os reinos cristãos retomaram os territórios da Península Ibérica que haviam sido tomados pelos muçulmanos. O processo ocorreu aproximadamente entre os anos 718 e 1492, com a conquista do reino de Granada.

Fases da Reconquista

O Marco inicial

A Batalha de Covadonga, em 722, foi considerada o início da Reconquista Cristã da Península Ibérica, porque os cristãos não estavam mais defendendo ou fazendo pequenas guerrilhas, mas enfrentando diretamente o inimigo em um processo de expansão do Reino das Astúrias. Esta foi a razão da Guerra de Reconquista da Espanha. Era preciso recuperar o território que os mouros tinham ocupado.

Covadonga foi um evento importantíssimo para a cultura católica espanhola. Dom Pelágio é considerado um grande herói, porque resistiu e se organizou nas Astúrias e também porque foi o herói vencedor em Covadonga.

Don Pelágio

Várias batalhas e guerrilhas que estavam sendo travadas, foram vencidas pelos asturianos pela moral que eles ganharam na vitória em Covadonga. A organização militar cristã era a de um cavaleiro que queria tornar-se digno, que queria se destacar e sacrificar-se por uma causa maior no campo de batalha.

Os islâmicos, por outro lado, tinham uma visão mais coletivista. Portugal e Espanha aprenderam com isso, sem perder o heroísmo cristão.

Vários reinos cristãos surgiram, tais como o Condado Portucalense, o Reino de Aragão, de Castela, de Navarra e de Leão. E foi que a reconquista de Portugal aconteceu em 1147, quando a cidade de Lisboa foi retomada.

Afonso Henriques e o reino de Portugal

Em uma das incursões que os cristãos fizeram nas terras tomadas pelos mouros, um pequeno exército comandado por Afonso Henriques foi surpreendido e encurralado pelos muçulmanos. Apesar de estarem em menor número, eles conseguiram vencer e sentiram-se encorajados a continuar lutando.

Afonso Henriques

O conflito era inevitável e a chance de sobrevivência era quase inexistente. Segundo os documentos da época, foi neste momento que o comandante Afonso Henriques jura ter tido uma visão onde Cristo aparece e profetiza sua vitória, entregando a missão de difundir a fé pelos quatro cantos do mundo. Isto foi fundamental para a Reconquista da Península Ibérica.

Este evento foi tão importante que é considerado a certidão de batismo de Portugal. Fato ou lenda, em 1139 o Milagre de Ourique marcou de tal forma o imaginário português que se fez presente na bandeira de Portugal e no espírito aventureiro dos próximos séculos. Afonso Henriques venceu a batalha e foi aclamado o primeiro rei de Portugal, em 1140.

Em Guimarães junto à entrada principal da Colina Sagrada, está a escultura de D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal – Os fundos necessários para a sua construção foram angariados em Guimarães e no Rio de Janeiro.

A Europa e a Península Ibérica durante as guerras

Quatro séculos haviam passado desde que os muçulmanos haviam tomado a cidade de Jerusalém, impedindo a população cristã de visitar o túmulo de Cristo. A vida ocidental naquela época parecia derrotada e sem esperanças.

Se voltássemos no tempo, para o século XI, seria difícil acreditar em nossos olhos. A Europa parecia uma região amaldiçoada, os governos centrais não estavam organizados e as monarquias ainda resistiam com seus grandes castelos que guerreavam entre si. Em uma terra devastada e sem lei.

E Surgem as Cruzadas

Em uma decisão sem precedentes, o Papa prometeu um lugar no céu para as almas daqueles que aceitaram marchar até Jerusalém para retomar a Terra Santa.

As Cruzadas – até Jerusalém

Para o Papa, era a oportunidade perfeita para unificar os cristãos ocidentais e orientais, além de colocar a Igreja novamente no centro do cenário político mundial. Também era uma oportunidade para cada indivíduo. Se não era possível viver em paz na Europa, seu povo decidiu buscar uma vida melhor neste mundo ou no próximo.

As Cruzadas

Estava inaugurada a Era das Cruzadas. Agora milhares de cristãos vindos de toda a Europa marchavam para retomar Jerusalém das mãos dos seguidores de Maomé e da crueldade islãmica.

Com a Terra Santa reconquistada, multidões de peregrinos marcharam em busca da paz espiritual, mas o caminho para Jerusalém era para poucos.

Além de frequentes assaltos, havia constantes ataques de exércitos muçulmanos ao longo do caminho. A jornada era perigosa e o risco de perder a vida era real.

Diversas ordens militares surgiram para proteger os cristãos nesta jornada, para acompanhá-los na viagem.

Um grupo de nobres da França reuniu-se e formou uma ordem para proteger os peregrinos em sua caminhada. Esta ordem era a Ordem dos Templários.

A coragem resoluta e extremada dos cavaleiros cruzados – Este fragmento no contexto da Idade Média, exibe a coragem dos cavaleiros cruzados, quando digladiavam contra muçulmanos nas regiões do Oriente Próximo e Médio. Na cena os Cavaleiros preferem defender o povo cristão, mesmo diante da morte certa, também pode-se observar a união de várias ordens militares que defendiam a fé cristã, os cavaleiros templários, hospitalários e teutônicos. – [Kingdon of Heaven] Neste trecho, o rei do Reino de Jerusalém, Balduíno IV evita o confronto com o líder dos sarracenos Saladino.

O video acima protagoniza o jovem bastardo Balian, que anteriormente vivia como um ferreiro francês e ao perder mulher e filho decide se dedicar à mesma causa de seu pai, Godfrey de Ibelin, que dedica sua vida a manter a paz em Jerusalém, e segue para a Terra Santa onde herda terras e um título de nobreza. Mesmo após a morte do rei Balduíno IV, Balian de Ibelin decide permanecer no local e proteger a cidade do ataque sarraceno.

Os Cavaleiros Templários

A Ordem seria oficialmente reconhecida pelo papado, ganhando isenções e privilégios, como a possibilidade de se comunicar diretamente com o Papa.

Os Cavaleiros Templários

Quando admitidos como cavaleiros, eles deveriam jurar viver em castidade e pobreza, ser obedientes ao mestre do templo e nunca recuar no campo de batalha.

Os Cavaleiros Templários conquistaram grande popularidade e cresceram rapidamente, tanto em membros como em poder. Para defender as riquezas dos peregrinos durante as Cruzadas, eles criaram o mecanismo de depósito e saque que se tornou o embrião do sistema bancário, importantíssimo historicamente, tanto que é inimaginavel atualmente a inexistência da moeda, e do sistema bancãrio.

Nunca recuar no campo de batalha

A mais conhecida ordem de cavaleiros cruzados

A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão (Pauperes commilitones Christi Templique Salomonici – em latim), conhecida como Cavaleiros Templários, Ordem do Templo ou simplesmente Templários (Ordre du Temple ou Templiers – em francês), foi uma ordem de monges guerreiros – militares de cavalaria. A organização existiu durante cerca de dois séculos na Idade Média (1118-1312), fundada no final da Primeira Cruzada de 1096, com o propósito original de proteger os cristão que voltaram a fazer a peregrinação de Jerusalém após a sua reconquista.

Os seus membros faziam votos de pobreza, castidade, devoção e obediência; eram verdadeiramente destemido e cumpriam a promessa de nunca recuar e nunca se render. Usavam mantos brancos com a característica cruz vermelha e o seu símbolo passou a ser um cavalo montado por dois cavaleiros. Tendo em conta o local onde originalmente se estabeleceram era conhecido como o Monte do Templo, em Jerusalém, onde existira o lendário Templo de Salomão (e onde se ergue a atual Mesquita de Al-Aqsa), assim como o voto de pobreza e de fé em Cristo, denominaram-se “Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão“.

A regra dessa ordem religiosa de monges guerreiros (militares) foi escrita por São Bernardo. A sua divisa foi extraída do livro dos Salmos: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas pela Glória de teu nome.”

A atual Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, no monte do Templo, local onde historicamente os Cavaleiros Templários estabeleceram sua sede.

O terreno mais cobiçado do mundo

(o Monte do Templo)

Atualmente o conflito originário ainda permanece orbitando entre suas variadas dimensões, sobretudo econômicas, simbólicas, territoriais, emocionais, estratégica e religiosas. O expoente máximo desse conflito – ou o seu local de maior intensidade – é o Monte do Templo, visto no gráfico adiante.

Atualmente o conflito originário ainda permanece orbitando entre suas variadas dimensões, sobretudo econômicas, simbólicas, territoriais, emocionais, estratégica e religiosas. O expoente máximo desse conflito (ou o seu local de maior intensidade) é o Monte do Templo.

O Complexo Al-Aqsa, também chamado o Monte do Templo, em Jerusalém – à esquerda da imagem é possível observar a Mesquita de Al-Aqsa

Entretanto, o sucesso dos Templários esteve vinculado ao das Cruzadas. Quando a Terra Santa foi perdida, o apoio à Ordem reduziu-se.

Assim, ao longo dos anos, os cristãos foram perdendo todos os territórios que haviam conquistado durante suas expedições, e o saldo final das Cruzadas foi de derrota, com o último reduto dos cristãos, chamado Acre, conquistado em 1291 pelos muçulmanos (mamelucos) egípcios.

O movimento templário ajudou na reconquista de Portugal principalmente em dois pontos: Ajudou a expulsar os mouros; Ajudou a defender as Cruzadas.

O fim dos Cavaleiros Templários

Os reinos cristãos no Oriente foram sofrendo várias derrotas. São João do Acre, hoje parte de Israel, era o último reino cristão que restara das Cruzadas. Em 1291, os ataques muçulmanos fizeram ruir a fortaleza dos Templários, tendo a maioria morrido soterrada, incluindo os cristãos que estavam escondidos para serem protegidos da guerra.

Jacques de Molay

Os Cavaleiros sobreviventes retiraram-se para a ilha de Chipre onde escolheram Jacques de Molay como o novo Grão-Mestre. De Moley tentou convencer o Papa a iniciar uma nova cruzada. Entretanto era época especialmente conturbada na Europa, pois Filipe IV da França, e Eduardo I da Inglaterra, estavam lutando entre si.

O monarca Filipe IV, o Belo (que de belo não tinha nada)[4], reinava na França e que queria expandir seu poder a qualquer custo para enfrentar a Inglaterra. Foi quando ele teve uma ideia inusitada e inédita: cobrar impostos da Igreja. Por causa disso, ele foi excomungado pelo Papa.

Contudo, o Pontífice não esperava que a campanha difamatória de Filipe, o Belo, pudesse ser tão forte a ponto de ele mesmo acabar sendo espancado e morto pela população. O novo Papa que o sucedeu também morreu em menos de um ano, de causas “desconhecidas”.

Assume, então, o Papa francês Clemente V, que reverteu as decisões da Igreja em favor de seu rei Filipe IV. Para aumentar seu poder, Filipe IV continuou expropriando judeus e bancos, gerando inflação, dando calotes e contraindo imensas dívidas. A população revoltou-se com a imensa crise e o rei recorreu à Ordem Templária que lhe emprestou dinheiro para pagar suas dívidas. O problema é que o empréstimo foi indevido. O dinheiro deveria ser usado para as Cruzadas. Quando o Grão Mestre da Ordem, Jacques de Molay, soube do fato e expulsou o tesoureiro, iniciou uma disputa com o rei francês.

As ardilezas de um rei pérfido – o prenúncio do fim

Filipe IV, o Belo, usou novamente a mesma estratégia mentirosa. Começou uma campanha difamatória contra os Templários e usou o Papa sob seu domínio para proibir a Ordem e confiscar seus bens. Então, na noite de sexta-feira 13 de outubro de 1307, centenas de Cavaleiros Templários por toda a França foram capturados pelos soldados do rei e, segundo alguns historiadores, submetidos a torturas para confirmar seus crimes. Até hoje não temos todas as conclusões sobre esta história, mas para muitos aquela noite seria o motivo da superstição da sexta-feira 13 ser um dia sombrio.

Todo este processo aconteceu de forma sangrenta. Os Cavaleiros Templários foram todos considerados hereges e várias armadilhas foram armadas contra eles. E a Ordem que poderia ter trazido grandes avanços para a Europa foi sufocada pela ganância e tirania de um de seus soberanos.

O surgimento da ordem de Cristo em Portugal e os presságios da invenção do Brasil

Após a prisão dos Templários na França, o Papa Clemente V solicitou a Dom Dinis que fizesse o mesmo com os Templários portugueses. Mas o rei não atendeu ao pedido do Papa. O rei de Portugal, Dom Dinis, apressou-se em criar novas ordens e em pedir ao Papa que transferisse os bens dos Templários para seu governo, isto é, para os governos dessas ordens. Então, o rei Dom Dinis cria a Ordem de Cristo.

A Ordem dos Cavaleiros Templários continuou viva em Portugal sob o nome de Ordem de Cristo, com um importantíssimo papel na Reconquista da Península Ibérica. A firme postura do rei de Portugal levou o Papa a incluir uma cláusula em sua bula, abrindo exceção para Portugal e seus aliados sob a transferência dos bens da Ordem.

Logo, vemos que a Ordem de Cristo, sucessora do conhecimento acumulado pelos Cavaleiros Templários, está diretamente ligada às Grandes Navegações Portuguesas.[5]

Dom Henrique, o Navegador

(também um Cavaleiro de Cristo)

Nenhum dos filhos da Ínclita Geração se destacava mais do que o infante Dom Henrique, o Navegador. Portugal era, e continuava sendo, a extremidade ocidental da Terra, mas na ocasião era literalmente “o fim do mundo conhecido pelos europeus” com a forte convicção de que era impossível navegar pelo Oceano Atlântico.

Era vontade divina ou verdadeira audácia se aventurar naquelas águas. Pouco a pouco, proezas impressionantes estavam acontecendo. “Primeiro navegando mares nunca dantes navegados” e ultrapassando lugares nunca antes visitados.

No ano de 1485, o infante Dom Henrique foi nomeado Grão-Mestre da Ordem de Cristo, cujos amplos recursos e os imensos privilégios acumulados seriam bem aproveitados nas nações. Ele transformou muitos de seus cavaleiros em navegadores e muitos de seus navegadores em cavaleiros!

Conclusão

Finalmente, entenderemos como ocorreu a Reconquista da Península Ibérica. Com toda a história de Portugal tendo sido resumida em suas etapas cruciais, chegamos ao momento onde os últimos dos mouros foram expulsos pelos cristãos.

O Emirado de Granada tinha se tornado o último bastião muçulmano na Península Ibérica e caiu sob o domínio de Isabel, a Católica – que era uma mulher de grande formação intelectual.

Mais de 50 mil homens vindos do exterior passam a integrar o exército castelhano de Fernando e Isabel. Isabel esteve pessoalmente presente nos acampamentos militares que seguiram em novas conquistas até chegarem aos pés da cidade de Granada.

Os cristãos, naqueles 8 meses de cerco, permaneceram convictos de que Granada iria cair. Os mouros também sabiam que cairiam, continuaram lutando apenas por heroísmo, pois queriam ser fiéis ao que acreditavam.

Finalmente, Granada se rendeu! Era o dia 2 de janeiro de 1492 às 15h. Desde então os sinos das Igrejas de Granada tocam exatamente três vezes às 15h até hoje, em honra a este acontecimento.

Epílogo

(O que as Grandes Navegações de Portugal e Espanha têm a ver com as Cruzadas?)

As Grandes Navegações Portuguesas e espanholas: Veja qual é a data novamente: 2 de janeiro de 1492. Neste mesmo ano, Cristóvão Colombo (também um Cavaleiro de Cristo) empreendeu sua navegação para a descoberta da América. E foi precisamente no acampamento de Santa Fé, onde Colombo estava e viu a queda de Granada, que ele convenceu Isabel a patrocinar a navegação.

As Grandes Navegações Portuguesas e Espanholas possuem íntima relação com a Reconquista da Península Ibérica. Estamos falando de um processo de mais de 700 anos de luta pela posse de território: finalmente os cristãos reconquistaram por completo a Península Ibérica partindo das Astúrias e chegando a Granada, conquistando o território completamente; os portugueses foram formados, de geração em geração, na conquista e desbravamento de territórios. Mas se já não havia mais territórios a serem conquistados. O que conquistar, então?

O mar.

Cristóvão Colombo conseguiu que Isabel e Fernando financiassem sua expedição. Era um objetivo antigo que já lhe havia sido negado por vários reis, inclusive o de Portugal. Então, em 1492, Colombo descobriu o que chamou de Índias Ocidentais, que eram as ilhas da América Central. Esta descoberta tornava necessário dividir a zona de influência entre espanhóis e portugueses nas navegações.

Nas velas das embarcações portuguesas estavam estampadas a Cruz da Ordem de Cristo

Portugal, localizado em um canto da Península Ibérica, em uma determinada época de sua trajetória, dividiu o mundo em duas partes. Uma era a dele, a outra era da Espanha. Portugal e Espanha tinham poder, tinha cacife político para tanto, e conseguiram tal proeza por causa do empenho de seus povos.

Mas, como sempre, o mundo gira, a ambição humana não para e a história dá voltas…

Considerações finais

Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão

As cruzadas foram um ato de coragem, mas, sobretudo, de amor. Sem elas, o mundo que conhecemos hoje não existiria! Não fossem estas guerras de defesa a fé judaico-cristã que moldou o Ocidente teria sucumbido ao islã e seguido o caminho de possível extinção!

São muitos os equívocos sobre as Cruzadas: elas são erroneamente retratadas como uma série de guerras conduzidas por Papas gananciosos ávidos de poder e travadas por fanáticos religiosos. Geralmente acusadas de serem o cúmulo da intolerância e da ganância, como uma mancha negra na história da Igreja Católica em particular e da civilização ocidental em geral.

Porém, a verdade, bem ao contrário, é que as Cruzadas em direção ao Oriente foram, sob todos os aspectos, guerras de defesa. Uma resposta direta às graves agressões praticadas pelos muçulmanos.

Embora muçulmanos possam também ser pacíficos, o islã nasceu e cresceu por meio da expressão da guerra. Desde Maomé, a expansão islâmica sempre se deu por meio da espada. O pensamento islâmico divide o mundo em dois territórios: o do islã ou o da guerra. Não há nenhum outro território possível para o cristianismo, judaísmo ou para qualquer outra religião. Num Estado muçulmano, cristãos e judeus podem ser tolerados. Porém, no islã tradicional, Estados cristãos e judaicos devem ser destruídos e suas terras, conquistadas.

Os guerreiros islâmicos atacam os não muçulmanos com intenso vigor. Logo após a morte de Maomé foram muito bem-sucedidos em suas conquistas. Palestina, Síria e Egito – outrora as regiões mais cristãs do planeta – sucumbiram rapidamente. Os exércitos muçulmanos conquistaram (e a expressão é essa: conquistaram) todo o norte da África e regiões cristãs. Conquistaram a Ásia Menor (Turquia moderna), que era cristã desde a época de São Paulo. O antigo Império Romano, conhecido pelos historiadores modernos como Império Bizantino, ficou reduzido a pouco mais que a Grécia. Constantinopla caiu e se tornou Istambul. Os irmãos do Oriente pediam ajuda ao Ocidente. E o próprio Ocidente necessitava defender-se ou veria a própria ruína.

Foi isso o que deu origem às Cruzadas. Elas não foram a criação de um Papa ambicioso nem de cavaleiros gananciosos.

A um dado momento, o cristianismo teve de se defender, como fé e cultura, para não ser subjugado pelo islã. As Cruzadas foram essa defesa.

Por fim, voltemos a considerar: Agora na atualidade, após testemunhar as atrocidades sofridas por civis indefesos, jovens, mulheres e crianças (crianças!) cometidas pelo grupo islamo-terrorista palestino do Hamas, com uma tal fúria sem tamanho, percebendo a ressurgência e a insurgência muçulmana abusiva em vários cantos do mundo, principalmente contra judeus e cristãos em Israel, parece certo e necessário compreender que precisamos clamar por novos heróis que, assim como os Cruzados se interponham em defesa do povo contra esse verdadeiro terrorismo, bem como impeçam que líderes políticos envolvidos e comprometidos ajam como servis traiçoeiros dessa causa.

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Posfácio

Já que estamos falando de religião e de opção religiosa, é sempre bom ter a clareza de que quem professa uma religião o faz (ou ao menos deve fazê-lo) por completo.

Não há escusas para ser fundamentalista e não sê-lo com toda a carga que lhe advém. Da mesma forma, não há como se declarar católico pela metade sem o amor de Cristo que nos une. Se assim o declara, então deve ser católico por completo. Portanto, seja quente ou seja frio, pois os mornos não alcançarão o reino prometido, quer seja mussulmano, judeu ou católico. O Alcorão, a Torá ou a Bíblia não fazem exceção a qualquer de seus fiéis.

E nem mesmo se deve abstrair a época em que vive ou viveu esse fiel, pois agora como antes no âmago de sua consciência estará cumprindo ou transgredindo os preceitos religiosos de acordo com o e rendimento que se professava na época. É uma questão de consciência pessoal.

Por isso vos digo: tanto à semelhança de antes nas cruzadas quanto agora, sou católico e defendo a minha fé e os que, como eu, as professam contra o fundamentalismo islâmico e sua conduta terrorista.

E agradeço à companhia de Cristo, sucessores dos Templários, por terem livrado a península ibérica, e por consequência Portugal, e não ter feito a mim e aos meus antepassados escravos dessa doutrina mussulmano-islâmica maldita.

Perceba caro leitor, que não estou atacando sua convicção ou sequer sua compreensão. Apenas estou me firmando como católico sem nenhuma dúvida ou relativismo histórico.

Se houveram guerras no passado em cuja compreensão religiosa era supostamente equivocada, informo que não as vivi para me escusar delas. Mas também por isso mesmo, diante da plenitude que devo me reconhecer como católico na atualidade, não faço diminuir o entendimento das guerras religiosas que no passado foram necessárias, muito menos desta guerra que atualmente se avizinha, daí reconhecer de quem sou contra e de quem estou a favor.

Fraquejar na fé é dar força ao relativismo atual ou, o pior, para quem, nesses tempos atuais, se engaja tanto na crueldade de ser islamita quanto na covardia de ser ateísta (em cujo espectro político a esquerda se coloca). Mesmo que muitos se digam “sou comunista, graças a Deus” ou “sou católico ou ateu até certo ponto”. Diante dessas condutas devo protestar (ou ao menos advertir quem assim o pensa) que sua decisão “pseudo-doutrinária” é excessivamente equivocada e somente dará margem para que os inimigos de nossa fé se fortaleçam.

Por tudo isso, também, me solidarizo com nossos irmãos judeus (pois somos muito, muito mais semelhantes que destoantes) e seria lamentável permitir que mais neste campo (o da religião) essa esquerda tacanha e desrespeitosa queira minar a nossa amizade e a nossa fé.

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indicações de leitura etc.

Um artigo interessante da Brasil Paralelo: Conheça a Ordem dos Cavaleiros Templparios onde é possível ler sobre “mitos sobre os Templários”, “a origem da Ordem dos Templários”, “porque os Templários acabaram”, dentre outros assuntos.

Também da Brasil Paralelo, um vídeo bastente esclarecedor e inspirador: A HISTÓRIA DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS | Insight BP
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[Notas]

  1. Maomé ou Muhammad, cujo nome completo era Abu al-Qasim Muhammad ibn ‘Abd Allah ibn ‘Abd al-Muttalib ibn Hashim, nasceu em 571 d.C., na cidade de Meca, na Península Arábica. Pertencia à tribo dos coraixitas, do clã dos hachemitas, constando que seus pais eram Abdallah (Servo de Alá) e Aminah (A Segura ou A Protegida). Seu pai morreu antes dele nascer, quando visitava a cidade de Yathrib, posteriormente conhecida como Medina. Sua mãe também morreu pouco tempo depois, passando a ser criado por um tio, de quem recebeu educação formal e aprendeu o ofício de comerciar especiarias nas caravanas de camelos transaarianas.

    Em 595 (aos 24 anos, portanto) Maomé conheceu Khadijah, uma rica viuva, passando a trabalhar para ela. Casaram-se, um ano depois, em comum acordo, tendo tal casamento transformado subsancialmente a vida de Maomé, que de pobre comerciante passou a dispor de considerável fortuna (fato que parece ser recorrente dentre alguns daqueles que se dedicam a reformas filosóficas).

    Naquela época, havia uma confluência de credos pagãos, politeistas e monoteístas judaicos e cristão, além de uma miscelânea pagã de grupos tipicamente árabes. Do interior desse politeísmo, vinham surgindo novas tendências por influência das colôniias judaicas e dos cristãos eréticos do mundo arameu ao norte, e da Etiópia ao sul. Sendo que uma das divindades começava a predominar: Alá, passando a ser reconhecido como “maior” – Allah Akbar.

    Foi Maomé quem, nos primeiros anos do século VII, começou a sistematizar a crença islâmica – a tradição muçulmana relata que Maomé teria começado a receber progressivas revelações dadas por Alá (Deus), por intermédio do Anjo Gabriel – . Essas revelações teriam dado a Maomé a autoridade de Profeta de Alá, passando a ter a missão de “corrigir as distorções que judeus e cristãos teriam causado às revelações passadas”, bem como retirar as tribos arabes (politeístas) da “era da ignorância“, com sua conversão ao Islã.

    A radicalização monoteísta de Maomé começou a causar efeitos sobre a economia e a sociedade coraixita. Motivo pelo qual outros clãs de Meca passaram a confrontar e perseguir Maomé e seu grupo de convertidos. Com a morte de seu tio e de sua (primeira) esposa Khadijah, em 619 Maomé passou a aceitar apoio e hospitalidade de famílias da cidade de Yathrib, cujos mercadores vislumbravam a oportunidade e enfraquecer Meca e atrair os peregrinos para a sua cidade , para onde migrou em 622. Tal migração, ou fuga, conhecida como Hélgira (se transformou em um evento histórico de grande importância para os muçulmanos, pois marca o início do calendário islâmico).

    Em Yathrib, Maomé angariou mais adeptos ao islamismo (a promessa de um Paraíso farto em ali­mentos, água fresca e belas mulheres atraiu muitos adeptos entre os árabes), de tal modo que a cidade se tornou o seu reduto principal e seu “quartel general”, a tal ponto da cidade ter seu nome mudado para Medina (“a Cidade”, ou “Cidade do Profeta”). De Medina, Maomé passou a travar sucessivas batalhas contra Meca.

    A pregação religiosa passou a se entrelaçar com a guerra e a perspectiva de conquista. Esse primeiro grupo de muçulmanos na ocasião travaram duas principais batalhas nas cidades de Badr, em 624, e de Ohod, em 625. Das quais venceram a primeira e perderam a segunda. O principal inimigo mequense de Maomé nessa época era Abu Sufayan.

    Sufayan, com uma tropa de 10.000 mequenses, em 627, tentou sitiar Medina, mas os guerreiros muçulmanos conseguiram os repelir. Ano seguinte, houve uma breve trégua com a permissão dada a Maomé, pelos mequenses, de poder peregrinar à sua cidade natal. Entretanto, em 629, Maomé reuniu seus combatentes e cercou Meca. As batalhas pelo domínio da cidade demoraram até janeiro de 630, quando a resistência de Meca foi subjugada.

    O domínio de Meca foi o primeiro passo da grande e rápida expansão islâmica que se veria nos anos seguintes, passando a expansão se dar não só pela pregração religiosa quanto pela guerra sistemática. Maomé morreu dois anos após subjugar sua cidade natal.

    Sua morte provocou disputas sucessórias que definiriam, mais tarde, os grupos sunita e xiita, característicos do desenvolvimento do islamismo.

    Em 638, líderes muçulmanos conquistaram a cidade de Jerusalém.

    Com o fortalecimento político e a organização administrativa de grupos unidos ao redor do Islã, houve uma expansão territorial por porções da Ásia, norte da África e até na Europa (conforme descrita na invasão da península ibérica de que trata o presente artigo, com a conquista de territórios que atualmente correspondem a Portugal e Espanha).
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  2. Interessante ensinamento esse que surge desses fatos e parece desfavorecer frontalmente o conceito presente nos dias atuais e atuar contra a idéia de alguns líderes que insistem em desarmar a própria população. Se assim o desejam esses lideres, é para tomar-lhe em autoritarismos – o que vem a ser uma grave traição contra seu próprio povo – , esquecendo-se esse tal lider que, em questões de geopolítica, algumas nações mesmo que se digam amigas, sempre se encontram à espreita para uma eventual tomada de território que, embora possa não estar na mira dos interesses atuais, basta alguns poucos anos de fermentação que algumas ideias irrompem abruptamente, tal qual aconteceu com o reino visigótico e seu domínio na península ibérica.
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  3. Carlos Martel, nascido cerca de 688, conseguiu unir e governar o território franco entre 715 e a data da sua morte, em 741. Em 732 derrotou os invasores árabes em Poitiers. A sua vitória nesta batalha constituiu um triunfo decisivo para salvar a Europa cristã. Foi nessa famosa Batalha de Poitiers que Carlos Martel venceu o emir árabe Abderramã, contando com os esforços da infantaria dos francos. Interrompendo o avanço dos muçulmanos em direção à Europa, Carlos Martel ficou conhecido como o salvador da cristandade ocidental.
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  4. Filippe IV, o Belo era realmente dado a falcatruas e desordens – Clique em [A Casa da Mãe Joana] e leia mais algumas das perfídias históricas que o infame monarca se envolveu ao longo de seu reinado.
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  5. São desses eventos históricos que Luiz Philippe de Orleans e Bragança informa:
    “E é aí é que se explica um monte de coisa da nossa história. Como que um país tão pequeno que era Portugal, como que esse país de repente avançou e se tornou um grande conquistador dos mares? Como que esse país de repente era ‘O País’, era o país do qual saíam todos os maiores navegadores durante um bom período. Este corpo de elite resolvia uma necessidade vital para a consolidação e o fortalecimento do Estado Português. Entrosada com a esfera política da coroa, alargaria os horizontes do reino conduzindo a expansão de Portugal pelos mares.”
    ↩︎

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