Por falar em Rio Antigo, desconhecido até mesmo por alguns dos mais devotados cariocas: Você sabia que em 1908 a Urca já foi palco de uma grande exposição internacional?

Visando celebrar o comércio e desenvolvimento do Brasil, a “Exposição Nacional de 1908” durou três meses. Celebrava também o centenário da abertura dos portos. A exposição seguiu o mesmo estilo das grandes mostras e “Exposições Universais”[*] que aconteciam mundo afora, com pavilhões construídos com esmero e cuidado, revelando sempre uma beleza imponente.

A exposição realizada na Urca foi nada menos que a sexta exibição nacional ocorrida na antiga capital brasileira.

Portal de entrada para a Exposição de 1908

De forma surpreendente os pavilhões da exposição ocupavam completamente a área que hoje se conhece como os bairros da Urca e Praia Vermelha. Difícil até mesmo imaginar, se não fossem as raras fotografias que retratam a dimensão grandiosa do evento.

Vista aérea da área dos pavilhões na Urca

Dos pavilhões construídos para a exposição de 1908 aqui retratada, somente restou um, atualmente de propriedade da UFRJ.

Cartão postal comemorativo do evento

Era um Brasil com os olhos voltados para o futuro, que se preocupava em estar na vanguarda da tecnologia e do desenvolvimento e se relacionava de igual para igual com os demais países do mundo.

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[*] As Exposições Umiversais tinham o caráter desenvolvimentista e fomentador do intercâmbio econômico, científico e cultural entre as nações do mundo. Para entender a importância e prestígio dados às exposições mundiais, torne-se o exemplo da exposição da França de 1889. Foi especialmente para o evento acontecido em Paris, que a magnífica e memorável torre Eiffel foi levantada. Servia de portal de entrada para a exposição e celebrava o centenário da Revolução Francesa, estando de pé até hoje. O Brasil esteve lá, também, com um pavilhão que ficava à direita, após a entrada da torre.

Foi, também, em uma dessas feiras internacionais, acontecida na Filadélfia, que o Brasil construiu o belíssimo Palácio Monroe, o qual, após a exposição, foi completamente desmontado e remontado no Rio de Janeiro.

O Palácio Monroe foi sede do pavilhão do Brasil na Exposição Universal de Saint Louis nos EUA, em 1904. Seu nome foi dado em homenagem a um presidente norte-americano. Como sua estrutura de sustentação era toda metálica, com acabamento em pedra, o prédio pode ser desmontado, trazido ao Rio de Janeiro e remontado ao lado do Passeio Público, no. Foi sede do Senado Brasileiro e, por fim, demolido sob o argumento de que impediria a passagem do metrô. Se de pé ainda estivesse, faria composição arquitetônica da praça da Cinelândia, com ele de um lado e o Teatro Municipal do outro.

Em uma dessas feiras, na Filadélfia, D. Pedro II encontrou-se com Grahan Bell, ainda então um completo desconhecido, que mostrou-lhe o protótipo do telefone. Meses depois, Pedro II efetuava a primeira ligação telefônica entre dois continentes, ligados por cabo marítimo, internacional.

Um comentário sobre “O Rio antigo e as Exposições Universais em um Brasil que almejava o progresso

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